Tem um nó aqui no peito
Nó difícil de dar jeito
No meu peito tem um nó
É nó que corrói por dentro
Nó que não quer ser desfeito
Nó que aperta sem dó
Tem um nó mal amarrado
Nó curtido, nó amargo
Nó que faz qualquer sujeito
Virar palha, virar pó
É nó que finge de morto
E mesmo aqui, todo torto
Ocupa espaço e lugar
É nó que até disfarça
Faz que não é ameaça
Pra gente se acostumar
Mas se engana quem se ilude
Achando que, amiúde
Com o tempo vai desgastar
Esse nó, das duas, uma
Ou se corta e tira fora
Ainda que por agora
Possa lhe fazer sangrar
Ou se deixa ali
Dormente
Esperando, paciente
Pra um dia sufocar